Host Family: A Arte do Encontro

Se há tantos desencontros pela vida, nada mais justo que os encontros compensarem.

Nessa vida de Au pair, as decisões que tomamos são cruciais para um encontro satisfatório com uma Host Family. Neste caso, o encontro é decisivamente influenciado pelas decisões que tomamos ao preenchermos o formulário de inscrição do programa (application). "Por que, Gábi?"

Ser sincera no momento do preenchimento, responder às perguntas com clareza e firmeza, ser positiva e mostrar que está disposta; buscar ser objetiva sem necessariamente escrever pouco; não ludibriar, não mostrar-se interessada apenas nas etapas felizes do programa. Não deixar de ser cortês, não deixar de ser compreensiva, mostrar-se real e carismática. Acima de tudo, ser você. 

Posso dizer que tive uma sorte um tanto grande, pois, daqui, me parece que minha Host Family me cai como uma luva. São duas crianças, uma menina (4) e um menino (2), os pais trabalham o dia todo e sou responsável por todas as atividades concernentes às crianças.

Minha Host Mom parece ser uma pessoa ótima! Digo isso pelas inúmeras coincidências de personalidade que temos, assim como ela parece ser aberta e dedicada à família. Ainda não tive nenhum contato direto com o Host Dad, mas espero que nosso relacionamento ocorra bem tanto quanto vem ocorrendo com a Host Mom.

Não conseguiria explicar de outra forma, senão através de energia, o sentimento que tive em relação a esta família no momento da escolha. Primeiro gostaria de dizer que esta foi a primeira e única família com quem tive contato e não me arrependo em nada de tê-los escolhido. E, sim, tive o feeling de que eram eles, e chorei com a possibilidade de não serem eles quando passamos um tempo sem nos falar.

A energia a que me refiro é uma energia de ansiedade-feliz que se mistura ao de satisfação. Enquanto lia o formulário de apresentação deles, mais e mais me certificava de que eles eram minha nova Família. A maneira como as atividades e as particularidades eram descritas coincidiam em muito com o que vinha desejando. E não é que o desejo tornou-se realidade? (Grata, Deus. Grata, Mestre!)

Acredito que outro aspecto importante para a escolha de uma Host Family é maturidade. Devemos ter em mente que nenhuma família será perfeita, e que nenhum dos privilégios serão completos, mas podemos manter firme a ideia de que a Host Family ideal é a que melhor aparente condições de te acolher. Uma família desequilibrada, pode ser indicação de um ano desequilibrado. E acredito que ninguém deseja isso pra si. Remar pela primeira vez num lago é um desafio; enfrentar um oceano logo de primeira é outra história.

Escolher é importante, mas ter a esperança de um encontro também é.

Encontrar significa, para mim, não apenas caminhar, mas também atrair. Atrair não é apenas desejar, mas ir em busca de. Caminhar deve ser sempre em direção daquilo que se quer, pois uma vez caminhando (e caminhar é sempre andar para frente, não para trás) as forças e energias ao redor se modificam em prol da caminhada.

Para refletir sobre encontro, caminhada e direção, pense no seguinte exemplo: dois ímãs maciços em baixo d'água postos distantes um do outro, porém voltados um para o outro opostamente (negativo-positivo). Se soltá-los e eles tiverem força (energia) suficiente para se encontrarem, nada que possa estar entre eles (no caso água) os fará desviar do objetivo maior que os pólos opostos pedem: unirem-se. Unir-se. Mesmo que pare isso precisem enfrentar certa correnteza, certas impurezas e alguns outros objetos.

O que encontramos muito tem a ver com aquilo e com a maneira como atraímos e emanamos as energias de realização em nossa caminhada. (Gabriella Almeida)

Boa caminhada pra gente!

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