terça-feira, 10 de julho de 2012

July 10th, 12:27am

Está tudo meio que parado em minha vida. Não posso viajar por enquanto porque ainda não terminei o curso. Não tenho experiência com crianças under 9, e ainda não posso ter porque não tenho tempo. Dou aulas de inglês, mas não sinto que meu inglês é ótimo, ou muito bom.


Muito coisa aconteceu desde a última vez que escrevi que aqui no blog, inclusive pensei mais uma vez em desistir do programa. Acabei usando a grana para outras coisas, ai, já viu. Começar do zero é um saco, mas nada que alguns meses de trabalho árduo e duro não recuperem.

Ainda leio blogs de várias meninas que estão se programando, os blogs das meninas que estão em processo, das meninas que venceram todo o processo e agora estão em treinamento, ou na casa das host families; tem também os blogs das meninas que estão voltando... algumas hiper felizes, outras mais tristes do que saíram daqui do Brasil. E de tanto ler tanta coisa a respeito do programa, às vezes me acho expert no assunto e arrisco até a dizer que conseguiria dar palestras explicativas sem nem precisar de treinamento longo para isso. Quando penso assim, pouco tempo depois encontro um desses blogs que me me fazem ver que "nada é bem assim", que "não sei da missa a metade".

Pensar tanto sobre a viagem e sobre quando vou, planejando meus gastos, controlando minhas saídas, me sentindo culpada quando gasto com besteira e volto pra "reserva zero", não tem me feito bem. Estou muito ansiosa em relação a tudo isso. Faço planos pro ano que vem, mas não faço a mínima ideia do que vou fazer amanhã.

Meu trabalho tem ficado em pilhas na minha escrivaninha, meu quarto fica bagunçado durante dias, eu perco a vontade de fazer muitas coisas, tenho me sentido carente com muita facilidade, não tenho mais garra de estudar nada da faculdade, não comecei minha monografia e meus relatórios de estágio estão em aberto desde o semestre passado. Perdi em TCC1 por falta e não tô dando a mínima pra isso. A não ser, claro, pra grana que terei que investir pra conseguir pagar a matéria, mas tudo se resolve.

Está sendo difícil atropelar o presente. Tenho perdido muita experiência legal que só me dou conta quando vejo fotos e fatos dos amigos pelo facebook. Tá aí outra coisa que tem me feito perder muito tempo. Cara! Qué qué ésso!!! Quer procrastinação maior do que ficar lendo as coisas inúteis que existem no facebook? Quando aqueles nerds de Harvard criaram isso estavam malucos, melhor! malucos eles eram, mas o grau de loucura, sem dúvida, aumentou. Alguns dias chego a passar 3 horas naquilo sem fazer nada, lendo as atualizações das pessoas, publicando aquelas frases que, de vez em quando, merecem um Ctrl+C + Ctrl+V, publicando minhas próprias frases, curtindo coisas dos amigos, jogando aqueles joguinhos idiotamente viciantes. Qué qué ésso! até eu me percebo como idiota quando fico muito tempo naquilo, ou quando acordo e a primeira coisa que quero ver é se "alguém curtiu minha última atualização de status", o que, claro, não irá mudar em nada minha vida e nem as vidas das possíveis pessoas que resolveram curtir a tal atualização.

Ontem, copie e colei uma dessas frases que merecem ser disseminadas, ainda mais quando você se sente na mesma situação. E eu estava me sentindo. O Lucian, um amigo de DF, que também se forma esse ano, publicou no status dele o seguinte [lá vou eu entrando no FB de novo, acabei de sair. fazem, agora, 20 minutos arrrggh!!!]
Monografia a maneira mais rápida de: limpar a casa, lavar a louça, organizar o guarda roupas, separar doações, levar o lixo reciclável pra garagem, cortar as unhas, fazer a barba, separar os postais....
Quando eu li, eu pensei! "Nossa! verdade! pelo menos não sou só eu que estou nesse sentimento de inutilidade, falta de atitude e covardia perante esses montes de livros que podem me dizer algo a respeito do meu tema e estou me fazendo de estátua..." E fiz a besteira de colocar no meu perfil, parafraseando umas partes, eliminado umas e acrescentando outras e, claro, que coloquei os devidos créditos. Alguns segundos depois ele me comenta colocando esse vídeo:


Eu quase chorei quando terminei de ver o vídeo! Qué ésso!! Me senti pior do que já estava me sentindo. E foi  ai que eu aprendi que o termo procrastinação estava tão presente em minhas atitudes - inclusive frente ao intercâmbio - que eu me nocauteei. Não literalmente! mas comecei a pensar em minhas outras atitudes que tinha dado resultado. A mais recente é que emagreci 16 quilos em 6 meses, só com alimentação, e voltei a fazer uma atividade física - há 2,5 meses - depois de anos sem nem levantar a perna direito. Tive tanto empenho nisso que minha mãe, que nunca foi de se preocupar se eu comia ou não - mas sim com as besteiras que eu comia - ficar me perguntando se eu estava fazendo as 3 refeições diárias - sim, eu faço! 5 ou mais!

Tem outras coisas também. Desde janeiro meu quarto andava um lixo. Resolvi passar 4 dias em Minas (Gerais) - QUATRO DIAS - e, quando voltei, todos os meus livros, revistas (especialíssimas pra mim), papéis (importantes e não tão importantes assim) estavam ENCAIXOTADOS. Isso mesmo. ENCAIXOTADOS. Minha mãe resolveu  encaixotá-los porque uma estante minha que eu nunca gostei, e ela enfiou no meu quarto. Acabou que a tal estante cedeu por conta do peso dos livros e pus pra fora do meu quarto e coloquei todos os meus livros no chão, embaixo da minha escrivaninha. Quando eu cheguei eles estavam embaixo da minha escrivaninha... em caixas. Daí fui ver com meu pai a possibilidade de fazer nichos de MDF pra poder me livrar daquele monte de caixa. Ele me pediu um tempo pra folgar o orçamento e mês passado (sim, depois de 5 meses vivendo com a poeira insuportável das caixas) eu tive meus lindos nichos de MDF branco! Na medida que pedi, sem tirar nem pôr, nos locais que eu queria, sem minha mãe meter um centímetro do que ela queria ou deixava de querer. \o/


Aí, eu falei comigo mesma, "tá vendo, sua lerda, que você sempre consegue, mais cedo ou mais tarde, o que você quer"? E me peguntei "Por que não começa logo essa joça agora, Gabriella?" Sabe o que me respondi? "Porque não tô afim!" Exatamente isso. Porque não estou afim. E eu e minha cabeça de futura psicóloga gritando da minha nuca pra frente (o que normalmente ocorre é que o lobo frontal é o que elabora os pensamentos e apenas ele. nenhum pensamento está na cabeça toda. rs), ou seja, de onde os olhos realmente vêem em direção à frente dessa cabeça dura que carrego, que é onde se realmente pensa: sua estúpida! não aprendeu nada com o que acabou de ver? o nome disso é ciclo da procrastinação!

É, eu brigo comigo mesma. Sempre brigo.

Quando cheguei da dança, umas 3 horas atrás, corri pra Subway. A promoção do dia era frango teriaki [que eu não como se escreve e não vou procurar agora rs]. E, quando finalmente cheguei em casa, mais ou menos umas 11:30pm, resolvi que ia postar de qualquer jeito com o que viesse (relembrando meus tempos de 15-16 anos em que fazia posts enormes indignada com coisas que me aconteciam rs) e procrastinei até até quase uma hora atrás, quando não tinha nem título para a publicação (e que não vou mudar).

Exercício anti-procrastinação: faça! agora! não durma com essas informações na cabeça!

Fiz. Agora posso dormir.

Boa noite.

Um comentário:

  1. Aproveitando o assunto, a quem interessar, um teste para identificar seu tipo de procrastinador:

    http://www.playbuzz.com/sidartal10/que-tipo-de-procrastinador-voc

    É baseado no livro de uma psicóloga chamada Linda Sapadin (“It’s About Time!: The Six Styles of Procrastination and How to Overcome Them”, Penguin Books, 1997).

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